meu mundo


Senti-me logrado pela perda de coisas que não são, nem nunca foram minhas. Como se o assalto fosse capaz de me subtrair e tornar-me menor diante da vida. Não. Ele não é capaz. Porque tudo o que eu realmente sou está dentro de mim. São as coisas que eu oferto a quem se interessa e não podem ser roubadas. Não me empobrecem tais doações. Não existe valor mercantil nessa troca. Porque o valor quem dá é cada um. E assim é com a vida. A religião que eu crio e creio é o que eu sou de fato, é a minha verdade. Foi assim que nasceu o primeiro santo. Da sua própria verdade absoluta. Não existe o segredo nem o sucesso mecânico e behaviorista de condicionar-se a crer. Existe a vontade sincera de ver. Existe a fé de quem ficou no sertão esperando chover pra salvar a sua ultima vaca magra e ressecada, enquanto todos partiam. Existe a certeza do índio que acredita que a sua dança chama a chuva e a chuva chovendo porque ele não parou um instante sequer até que ela caísse.
Eu faço o meu mundo porque aprendi primeiro que não sou o seu dono. Sou sua criatura e o seu criador.

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