Papo universiOtário

Morre num morre, Machado de Assis, sei lá, alguém me socorre que eu tô num disquete que pensa que pensa, mas esse código é todo binário, papo furado,
mais que em disquete me sinto zipado, universiOtário; quem é esse UNESCO?; Tá claro? Tá escuro? Tá Foda! no apuro, vim aqui virar coisa, nesse coisificômetro cognicionista reacionário[estatística, porcentagem, lógica]: Programada Estupidez, quem vai calibrar o espectroscópio? Por favor! um musse de limão!(Professora, existe musse de banana?)

Cadê a receita? Ensinar a aprender, aprender a ensinar, aprender a aprender, ensinar a ensinar, parece tudo um musse de banana arriscado,
preferia confeiteiros confeitados a esse rocambole embolado. repeteco, peteleco, tico e teco, tudo saco da mesma farinha; raíz de macarrão no lugar/pensar, ô Paulo Freire, sociedade me disseram no prédio com teu nome, tá precisando Inteligência Social, veja que bela bosta esses doutos Doutores sabem saber por slides da UNESCO que rima com pitoresco e não deixam o menino negligenciar a memória o pensamento em linha reta sinalizada de leis;(pragmática meta linguagem cultural positivista contéudo), pragmática meta linguiça incultural presses menino de hoje em dia que não sabem bem ser balde sem fundo, que tão metido a semente.


PELO AMOR DE DEUS!
alguém chama um cara do MEC...Donalds pra avaliar esse nosso ensino transgênico [FAST FOOD], essa deseducação constante servindo à burrocracia ditada de cór, decorada ditadura enquanto morria num morria a nossa pobre subjetividade criativa,[preciso teatro Augusto Boal que eu tô oprimido, que eu tô no sal!] mas UNESCO ditou tá ditado, acatado, assimilado, reproduzido: CRIATIVIDADE é: coletar dados, especificar os problemas, objetivar os conceitos e reproduzir o comportamento de homens e mulheres que a sociedade de hoje precisa.

Humildade

Não sei
Ninguém sabe; amanhã
não nasceu, nunca morre.
Só. Seca ao sol.
Talhos muitos talhos
nos dedos e nas mãos,
baixo das unhas... sujeira limpa.
Calos muitos calos
nos dedos, nas mãos
cima os olhos sem palavra.
Areia, barro, bambu, foice e facão.
Oco estampido, oco silêncio,
ocas todas as noites desluaradas.
Madeira
maciça... Morte: maciça maciez.
Conselho à esquerda,
por distância... um braço
de vento. E tudo que há,
me desminto, momento.
Prefiro sem cinto,
dispenso se tento.
Teatro de incêndio e esquinas.
Nascimento da esquina, vozes, muitas vozes de esquinas.
Cabelos cortados, navalha amolada
Milagre dos peixes e pedras que choram
seus filhos de pó.
Não, ninguém sabe,
amanhã não nasceu; nunca morre.
Revolução é palavra plural.
...viver é muito perigoso.


trecho de O Grande Sertão Veredas

Entardecido

Desde que não fui
tenho reparado. Todo dia entardece
amarelo amarelado.
Meu irmão falou que talvez de dias assim
rezam sábios literatos
misteriosa atmosfera.
A mim, nada faltava.
Gostaria que chovessem pétalas amarelas
de uma flor que não tem nome
e só conheço por sonho.
Se chove no dia, entardece amarelo molhado.
Se não chove, amarelo mais que amarelado.
Tudo isso vejo da minha janela,
mas a janela sempre aqui esteve bem de perto.
E os dias também, por eles passei passando assim
quase sem passado, sem memória ou futuro projetado.
E só agora nesse meu novo olhar
percebo essa cor derramada nas coisas
que pertencem ao entardecer.
Aprendi nos livros, esse entardecer mineralmente
valioso. [O ouro em metal já não vale tanto].
Me pergunto como se escreve entardecer no plural.
Pois prefiro os entardeceres que miro da minha janela.
Admiro esse doce transcorrer amarelamente entardecido
através de minha janela aberta,
E espero o dia em que choverão pétalas amarelas.

Sobre corpos e almas

Não sabes, não queres,
Te esqueço, te esquece,
Almas são almas,
Corpos são corpos.
Se perdem se perdem
em lençóis edredons,
entre nuvens, entre dedos, entre dentes.
Entrementes se perdem se perdem.
Corpos são corpos,
almas são almas.
Corpos se entendem
estendidos sem sonhos,
Almas se desencontram
sonhando demais.

O que tenho

Não escrevo sonhos
não escrevo versos,
desconheço metáforas
figura de linguagem: grafia.
Não sou de todo louco
não sou de nada são
não invento palavras,
não canto cantigas de amor
não escrevo pra ninguém,
não me importo
não me exporto, [às vezes sorrio],
não sinto vontade de chorar,
não sei dançar,
não tenho dinheiro
ando a pé.
Não sei mentir mais do que as palavras,
não escrevo cartas,
não espero telefonemas.
Não sou mais que isso.
Não sou velho; nem novo.
Não tenho medo de chuva,
não tenho medo de não ter,
pois já perdi.
Não tenho importância,
não tenho exportância,
não adoeço, mas não tenho remédio!
Não tenho horas,
não tenho sapatos,
não tenho vergonha.

Tudo que tenho: silêncios.

Santanejo

Zaqueu engarrafava mistérios com a maestria de dedos sabidos, de mãos sabidas. Não se faz teatro qual preto velho. Preto velho é que faz vida qual teatro. Como que nem fosse. Engarrafar mistérios nunca foi serviço de qualquer antigueza. Não bastam muitos anos contados, o que vale mesmo são os não feitos momentos. Lilo olhou muitos anos praquela pedra grande; talvez pra sombra dela. Um dia Lilo pegou um martelinho, uma faca cega, sua fé amolada e saiu como se fosse um viajador. Desajeitado um gavião revoou pela soleira de Zaqueu e derrubou o mistério que ele engarrafara no dia em que Lilo aconteceu; porque Lilo aconteceu! [foi um dia muito atípico aquele. Lilo simplesmente aconteceu como acontece um temporal de de repente, um barro virado gente com uma voz de não sei quê e uns olhos assim azulejados]. O mistério desengarrafou se, o vidro se partiu, subiu uma nuvem desenhada de muitos santos esculpidos em pedra por um martelinho, uma faca cega e uma fé amolada de Lilo do barro com par de olhos de azulejo que inventou silencioso o próprio dom. Depois ficou um cheiro de céu no ar. Aqueles anos todos olhando aquela pedra grande, aprendendo sua sombra que sem forma o mundo é mais, ouvindo o mais que velho Zaqueu com seu chapéu de palha e mãos de nuvem fresca. Aprendeu com as ladainhas de velhas romeiras sertanejas, cavando poço fundo e purificando a água com semente de cabaça. Lilo era solidão e caatinga, sem medo de num ser. Lilo aquele dia em que a ladainha não cantou e em que Zaqueu não comeu farinha entendeu que a alma é matuta no caminho; e que a inspiração é a própria necessidade.

Latino America

Por sorte um punhal
afiado de uma sede acordada Aposteriori.
Azar:
muitos venenos,
muitas fontes,
Liberdade
por medida e as-sina solidão,
Porque se rasgam todos os contratos assinados
em cartórios, em carne viva, nos muros da cidade.
Estruturalista e contratual, nosso amor, nossos sonhos
avessos atravessados por tantas dor-mentes insones que rolam nas camas
que temem o escuro do quarto e o sol do meio dia
que sabem rezar mas não crêem em deus. Nosso ideal marcado,
nosso papel ao vento, no meio de tanto eucalipto.
Eu queria viajar de trem, a solidão dos trens
é mais bonita que a dos automóveis, que a das rodovias.
Mas a cidade está cheia de muros invisíveis, que não se pixam
nem se fazem propagandas. Muros e valas, invisíveis pro olho,
Bernardo caiu um dia.
A América Latina está cheia de muros Gabriel! Muros
e valas,
rodovias, asfalto, automóveis, prédios e temporais seculares.
Esse é o tamanho de nossa solidão Gabriel,
nos foi negada a triste e linda solidão dos trens e das estradas de ferro,
doutos senhores decidiram em conselho que índio não tem alma.
E negro bom se reconhece pelo dente.
Violada identidade latino americana,
separados ou unidos não importa! tudo feito à força bruta.
Nos descobrimos pela história que os próprios dominadores nos contaram, nos contamos com as datas que eles definiram e continuamos correndo atrás
de não sermos o que somos, como é dolorida essa busca falsa!
É melhor acreditar nos mitos da floresta,
nos seres fantásticos que nossa inspirada solidão criou de tanta ternura,
é melhor exaltar nossos heróis e guerreiros que se ergueram em tantas lutas
de palavras, de espadas, fogo e poder!
Os nossos heróis, nascidos das entranhas dessa terra rica
que lutaram por ela pisando obstinados o chão que os pariu,
não queremos que os invasores iludam a nós mesmos de sermos invasores,
porque se viemos de fora pra assim sermos chamados, aprendemos com o suor
a amar cada palmo afundo e avante que nos cerca como a uma Mãe maiúscula.
E de Neruda à Vinícius a nossa poesia segredou de muitos lírios amarelos
nossa liberdade ainda que tardia. Cem anos de solidão pesam sobre os ombros de cada um de nós sem sequer sabermos em nossa maioria. Cuidamos nós mesmos das nossas lágrimas e feridas, assim como celebramos nós mesmos nossas vitórias e conquistas.
Construiremos e reconstruiremos nossas casas quantas vezes precisas. Construiremos nós mesmos nosso destino, podre ou glorioso.
Nossos únicos contratos são os cordões umbilicais que cortamos pra crescer,
o leite materno que não se vende e o prazer mais sincero e puro que não se compra.
Nosso amor mestiço represado através de séculos.
Vamos derrubar os muros que nos cercam e nos invadem sutilmente,
vamos desligar a televisão e sua catarse catastrófica,
vamos nos pintar de urucum, do que nós somos e abraçar a nossa solidão
enfim purificada como quem abraça a paz sem forma.

Coração remendado

balãobãobão no céu
EXPLODE alegria!
[chuvisco] derisonho decadente
cai que nem dente deleite derramado.
Não chora, num adianta.
de nada, nada adianta
vida num é feita pra adiantar
ou não
nem é feita.
Quanta desfeita, desdita,
tanto deus dito, ditador.
Vitrines separadas por oceanos
por solidões aflitas.
Sobe balão no alto
sobe pipa e papagaio, sobe foguete e avião
e cai, mas nem tudo. Tem vôo
que vira céu.
Olho d'água -
de sal que nem mar
tristeza arenosa de castelos sem sonhos.
Tanta coisa arrebenta em si
remendado coração,
remendado o sorriso,
no bolso também remendo.
Remédio é remendo
pra num remoer
O peito arrebentado
que nem onda na pedra
esfarrapado coração
nunca há um remendo
pra tampar saudade.
Cai cai balão
cai cai no chão.

Augustos os Anjos

O anjo é a presença mais sutil
menos vista que sentida.
O olhar da alma
a linguagem das linguagens.
Em silêncio cuidam dentro
a terra humana
de palavras e passagens.
O anjo é o ser sereno
Descalço de passado,
Alado de perdão
Plantado à paciência.
Os anjos se reconhecem
em suas mãos marcadas de poesia,
em seus sonhos chovidos por muitos céus.
Os anjos não têm nome de gente,
nem de bicho ou deus,
eles só cantam e adormecem dores
eles se calam e acordam poesias.

" Eu sou o Diegho e vou falar...

Antes de chegar ao acampamento Francisco Julião, passamos pelo assentamento Olga Benário(em Visconde do Rio Branco) para deixar as meninas que fariam a vivência por lá. Como não caberíamos todos no carro porque um dos assentados iria apresentar as meninas às respectivas famílias que as receberiam, fiquei esperando junto ao Edilei, o frente de área, que trabalhava na construção de uma casa com seus companheiros. Enquanto lixávamos as telhas, ele me contou um pouco sobre quem foi Francisco Julião. Um advogado e deputado federal que na decada de 50 começa a lutar e representar as ligas camponesas. A luta começou pequena como todas as coisas, lutavam eles então pelo direito de enterrar dignamente seus mortos. Mas como toda luta começada por baixo guarda muitos desdobramentos, eles começaram a avançar cada vez mais e consequentemente incomodar cada vez mais inimigos. Francisco Julião foi morto no México depois de uma longa perseguição da ditadura militar, a mesma que muitos chamam revolução de 64. A luta pela terra começa muito antes do nascimento e se estende pra muito além da morte.
Nas pessoas da roça como Dona Aparecida e Sr. Darci(que me receberam)não existe primeira ou segunda impressão. Eles são o que são o tempo todo porque é esse o jeito deles de saber ser. Como muitos disseram, o instinto de hospitalidade dessas pessoas é tão forte que eles nos tratam por visitas que merecem ser poupadas do cansaço que nunca os poupou desde que nasceram. Paciência e muita adimiração. O instinto fala mais alto. E como é bonito o jeito de ser desse povo matuto.
Mas eu quis trabalho e o consegui e segui assim querendo, às vezes não conseguindo e quase sempre não aguentando. Parei de fazer a barba não por vaidade estética, mas porque eu também não olhava mais pra espelho algum, porque se eu me refletia, era naquela gente sem terra de ocupações terrenas das mais elevadas. Conversando com quem eu encontrava pelo caminho, que já eram poucos em vista do que me diziam já terem sido, entendi que o começo de ocupação era igual a palha no meio da lenha grossa dentro do fogão. O que os unira era muita gente junta e as festas, os momentos bons. Mas pra amassar o barro, construir barraca e cuidar da plantação precisa muita paciência e força pro fogo num se apagar.
Conheci roçeiros velhos que só querem um pedaço pequeno de terra e justiça, que não deixa de ser sofrida mesmo depois de cada conquista. Os matutos são os professores mais humildes que existem. Eles ensinam porque é inevitável que eles saibam de todas as coisas que encontramos pelo caminho. E ainda nos tratam por detentores de muitos saberes que são tão maciçamente especulativos.
O barraco não tem luz, nenhum barraco tem luz. Prometeram a luz primeiramente em 15 dias, depois 6 meses e depois esqueceram e desimportaram-se. E a bandeira continuou e continua hasteada apesar de todo pesar. Conheci pessoas inflamadas e sonhadoras que inspiram minha existência. Percebi muitos atritos internos entre os moradores do acampamento, e apesar disso eles se relacionam superando miudezas, se ajudam. Quando descobri que os líderes locais são os mesmos desde a primeira ocupação, questionei o movimento e me deparei com uma de suas muitas contradições. Mas agora, pensando nisso, me recordo de uma fala do Wílian. Ele me disse:"Existem momentos de luta e existem momentos de silêncio, eles se alternam." Pensei então no prenúncio de mudança guardado em cada crise. As lideranças não são na minha opinião de forma alguma más, elas apenas ilustram o quão difícil é ser líder sem errar.
Muitos dos moradores me fizeram perceber como eles em grande parte não se sentem sem terras do Brasil, do movimento, como eles se sentem os sem terras dali, que sempre viveram ali e que encontraram no MST um meio para conseguir a terra. É difícil o despertar de consciências, o quanto a mídia, coisa tão imaterial que é, não encontra fronteiras e ocupa incessantemente as terras do pensar de cada pessoa. A mídia sim é uma invasora infame que não respeita e mina a fertilidade da consciência da sociedade. O Brasil é um grande país feito de sem terras operários, favelados, urbanos e rurais que levantam ou não bandeiras, que vestem ou não camisas. Oprimidos por todos os lados e ainda assim tão cheios de fibra e uma sabedoria de simplicidades.
O movimento precisa constantemente de renovação sem perder o respeito pelos antigos que precisam primeiro da terra e de alimento pra pensar depois em educação. As necessidades básicas: luz, saneamento e terra, precisam ser conquistadas pra depois pensarmos na continuação, que a luta não acaba aí, se desdobra infinitamente. Mas o povo precisa antes de saúde e barriga cheia pra pensar depois disso que há ainda muita coisa feia.
A revolução é feita principalmente por homens e mulheres simples que seguem os ciclos da terra e esperam a lua minguante pra plantar arroz, feijão, milho, mandioca, cana e tudo quanto a terra dá. A revolução precisa de gente que nem sempre é essencialmente revolucionária. Precisa das Aparecidas e dos Darci's, dos Jorges, Joãos e Marias. Que usam facão pra andar no mato e foice pra roçar o chão, de lâminas que não derramam sangue e conhecem a terra. Precisa de que reconheçamos que o ideal da luta em algum momento se mistura ao ideal da terra. E de muitas estações é feita a vida, que se renova ao se repetir e que se repete ao se renovar.


eu sou o Diegho e falei."

Nota

Geralmente não faço relatos sobre o verdadeiro eu tangível que sou auqi no blog,
porque prefiro iludir vocês de que sou poeta e me contento com esse papel.
Porque no meu imaginário os poetas quase não chegaram a ser homens, mas são.
Cheguei hoje do estágio interdisciplinar de vivência da zona da mata(EIV),
um parênteses fascinante na minha vida, uma realidade tão revolucionária como
só a realidade sabe ser. O estágio tem por propósito proporcionar aos estagiarios
uma vivência dentro de movimentos sociais como: MST (Movimento dos sem terra), MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e o Sindicato dos agricultores, presentes
na Zona da Mata de Minas Gerais.
Eu fui mandado ao acampamento do MST Francisco Julião, próximo a Santana de Cataguases, eles ocuparam a fazenda da Fumaça em maio de 2006. Ela é improdutiva e mantém práticas criminosas ainda hoje. Eles derrubam árvores nativas das matas da fazenda para fazer carvão e plantam eucalipto. O acampamento começou com cerca de 160 famílias e hoje é formada por apenas 13 famílias que ainda vivem na incerteza se conseguirão a terra ou não. No começo prometeram a luz elétrica para 15 dias, depois 6 meses e até hoje eles vivem à luz de lampião, água de mina e banho de cavalo(como eles dizem por lá).
Francisco Julião foi um advogado e deputado federal que no começo da década de 50 começou a intervir a favor das ligas camponesas e seus interesses. De suma importância no começo dos movimentos sociais no Brasil ele lutou enquanto pode. Durante a ditadura militar, depois de uma longa perseguição, ele foi morto no México.
Mas luta já existia antes e continuou e continua ainda hoje nesse Brasil gigante de sem terras, Coronéis e Marajás.
Enfim, nem sei mais qual era meu propósito quando comecei a escrever essa postagem, mas certamente me habita uma necessidade irredutível de me dizer e compartilhar essa experiência que me revolucionou. Talvez uma justificativa pela minha desavisada ausência virtual. Mas antes uma fagulha com a qual eu me queimei e fiz-me em brasa
e agora incandesço de muitas vontades ardentes e uma sede profunda de revolução.