dos erros

Da poesia
um erro de poetas tortos.
Quero o inglório dom[escolha?]
de fazer versos errados,
tortos,
como a minha má escolha
irrevogável.

Falar falar falar!
necessidade burra,
burrice desnecessária.
De linguagem
deveríamos só poesia.
Se o falar não fosse lírico ou
doido varrido, nem coubesse
no ouvido das tartaugas,
sobrava o que tudo engendra:
silêncio.

De tolo
achei minha palavra guardada
mais importante que o caos,
que o que por si só se queria,
e de tolo falei;
nada é mais importante que nada,
muito menos minha palavra guardada,
sossega palavra! Nesse armário pensamento,
aprende entre traças e cupins,
tecidos velhos desfiam ideais,
se guarde palavra guardada
que não és mais importante que o que está.
Existem muitas e muitas palavras
guardadas,
e que só assim
são sábias,
porque assim são
ainda sem forma clara; são só o que podem ainda ser.
Se se perderem,
não há mal,
alimentarão as traças,
alimentarão os silêncios,
e os silêncios são
o absoluto.

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