perdido

Coitado,
Lá vai ele.
Parece bêbado,
a perna não sei, jeito de quem
não acredita na firmeza do chão
ou
do próximo passo.
Mas vai,
não deixa de ir;
talvez tenha planos mais pesados
que o jornal velho - não censurado,
não lido - .

Pena,
não dessa de sentir,
pena mesmo, de algum bicho que voa
ou
que quase voa. Pena,
não do outro que vai sem saber,
pena dessas, de escrever as próprias penas
cumpridas em liberdade condicional;
sem juíz nem advogado,
sem carrasco nem defensor;
repleto de testemunhas desacordadas.

Ah!...Era tão evidente o meu crime!
Daí o passo perdido da história,
pesar essa sensação de estar: perdido.
Danem-se as balanças,
Danem-se como eu me dano, danem-se mais
que a vida não se pesa a não ser nos olhos
e nas mãos; nas vozes...
Dane-se o pobre poema
está tudo perdido mesmo.

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