500 Anos de Aliteração em "Au"

Oh que bem ou mal
Num primeiro de Abril
Hei-de desencobrir a encoberta Portugal.

Reúno minha esquadra
Com favela, fumo, furto e fornicação legal
Nem que seja eu o capitão e tripulante
Solitário de minha nau.

Que não me impeçam o calor
Nem sequer um temporal,
Ah pois, eu vou descobrir o Portugal.

Eu vou que vou pagando de Cabral,
Mas não é uma questão imperialista
Nem tampouco é soberba naval,
É que porra! - Tribalização Capital.

Levo comigo um índio tradutor,
Que fala inglês, tupi, brasileirês e português de Portugal.
Que é pra mode eu lhes naturalizar
De minha empreitada o sentido anti-Colonial.

No meio do caminho
Cruzamos Sir Francis Drake uns pirata e tal,
- in the name of Queen Sir Drake,
why don't you suck my pau?
Lhe inquiriu o catequíndio euro-canibal.

Passamos putos pelo pirata paga-pau.
De cima do Equador o buraco é mais embaixo,
Como se debaixo do Equador qualquer buraco fosse buraco de enfiar o pau.
Porque foder latino-africano é que nem assar boi no sal.

Velho mundo velho cabedal,
Levo comigo frevo, ciranda, côco, baião, maracatu
E para plantar-te um imenso bananal!
Da binária pobreza sobrou uma pompa real
E uma posta magra de bacalhau.

Vira-num-vira-vai-virar-já-virou uma imensa Portugal,
Mas na sesmaria sem lei tem de tudo,
Sertão, rio fundo, mato virgem, mangue & town.

De que banda-oceano não difere-se o mal,
Vai-se à padaria, farmácia e lê-se o mesmo jornal.

Só que com as "vergonhas de fora" eles não entendem nosso no sense libertino tropical.

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