a saudade da maré

Tão longe. Tão perto.
Amanhã?
- Incerto. Madrugo
deserto desperto,
fechado e fachada
aberto.
Nulo, pulo, nada,
abrigo de mãos espalmadas
fundindo eu...

Aperto, há perto
Há! É certo que há
na ausência franca
e pautada do papel: inerte,
manchado por um nome: Alberto ou
qualquer letra desencontrada
do ainda não inventado Alfabeto
de palavras
sem-teto,
sem veto.

Eu sou ao mesmo tempo
o que o meu avô foi - um vir a ser de neto - essa mistura de tempo e árvores,
plantadas ou genealógicas.

Tão longe tão perto
eu de mim mesmo,
meu grande amor
é uma maré
tão certa quanto imprevista,
tão esperada que surpreende.
Existente mas esquecida,
suave a tua brisa e docemente corrosiva.
Mar é mistério
com ou sem tempestade.
É lonjura no perto tocável.

Saudade de inverter aquela palavra
que eu nunca soube nem consegui,
saudade é o mar alto e a praia branca,
é areia fina e grossa fundura.

Fogo de morro acima e água de morro abaixo
nada não segura.

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