Passageiro

O maior rio não é o mais veloz,
é o mais paciente.
Naquela tarde sem feira virei pedra no rio,
tucano me cagou lá do alto
enquanto folhas submersas acariciavam meus pés sinceros.
Se a ponte velha cair ou não o rio segue
liberdade.

Fui de lá por mim com essas impressões de ser
por trás dos olhos.

Acho que dali só muito tempo depois
aprendi o que o rio me ensinou.
E fiquei assim... Amando amor de rio, de passagem, sem pressa
porque o destino une sem premeditar.
Acumulei muitas pedrinhas no meu leito raso de mistérios simples.

Conchas e amores às minhas margens - minhas correntezas apaixonadas,
flores e amores tudo sobre o barro.
O vento, sinto-o junto à minha superfície acompanhada de si mesma.
Coleciono minhas sensações de liberdades,
beijos sinceros [minha saudade tátil]. Eu sou assim,
passageiro entre coisas,
é a minha sina não ficar, minha bênção e minha pena.

0 comentários:

Postar um comentário