e assim nos chamamos todos de José
acreditamos na doçura da casquinha de sorvete,
nos entre-olhamos em volta da mesa
e pensamos que não estamos perdidos
que a sobremesa talvez guarde um segredo pra cada um
e que se um dia parar de chover
descobriremos que a nossa verdade não era mais que uma data marcada,
que o que todo mundo quer é se encontrar
sem perder o sentimento de não termos nos conhecido até o fim,
de não nos esgotarmos do nosso próprio cansaço
que liqüefaz o nosso amor numa palavra: saudade.
A Cidade
Postado por
Vital
on sábado, 11 de dezembro de 2010
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A cidade acontece em seu infinito materialismo
feito de tijolos e absurdos
cortados por avenidas repletas de edifícios
e o antagonismo de tantas arquiteturas co-viventes
do mesmo atemporal espancamento juvenil iroso
a que foram submetidos os estilos ideais burgueses
assim como os mendigos sem marquises
Reclamam! que as pessoas não lêem mais jornais,
- que as mentiras legalizadas valem menos no mercado de hoje.
Concupiscentes continuarão mesmo após os pontos finais,
as vírgulas ajudam a compor o fluxo que a alimenta,
semáforos pontuam crônicas anunciadas, mortes repetidas.
Muitas vozes recitando um poema dissonante
musicado nas construções, buzinas e um motor insensível
aos esquecidos abandonos.
O insone crime noturno cometido nas esquinas,
delitos enamorados de alguma fábula romântica que Hollywood adapturpou.
Corações febris apenas no dia da ressaca
de mais uma boemia insossa, do falso teatro que torto se representa,
[é por não saber e só].
Que essa contingência dos pontos de ônibus
é também um pouco o nosso medo da morte,
o que fazem quando não chove? Quando uma metáfora é cimentada,
e as mulheres que dizem não por um arrependimento passado
caminham no mesmo perigo das galerias noturnas.
Há uma história silenciosa na pele da cidade,
converge-se a si mesma nessa vontade de potência,
desenho de homens loucos,
esse consumo meta-mercantil.
Não sabemos como chegaremos em casa porque os caminhos
não estão prontos.
O poeta já disse, é de todos e de ninguém
e não pára nunca de arder.
feito de tijolos e absurdos
cortados por avenidas repletas de edifícios
e o antagonismo de tantas arquiteturas co-viventes
do mesmo atemporal espancamento juvenil iroso
a que foram submetidos os estilos ideais burgueses
assim como os mendigos sem marquises
Reclamam! que as pessoas não lêem mais jornais,
- que as mentiras legalizadas valem menos no mercado de hoje.
Concupiscentes continuarão mesmo após os pontos finais,
as vírgulas ajudam a compor o fluxo que a alimenta,
semáforos pontuam crônicas anunciadas, mortes repetidas.
Muitas vozes recitando um poema dissonante
musicado nas construções, buzinas e um motor insensível
aos esquecidos abandonos.
O insone crime noturno cometido nas esquinas,
delitos enamorados de alguma fábula romântica que Hollywood adapturpou.
Corações febris apenas no dia da ressaca
de mais uma boemia insossa, do falso teatro que torto se representa,
[é por não saber e só].
Que essa contingência dos pontos de ônibus
é também um pouco o nosso medo da morte,
o que fazem quando não chove? Quando uma metáfora é cimentada,
e as mulheres que dizem não por um arrependimento passado
caminham no mesmo perigo das galerias noturnas.
Há uma história silenciosa na pele da cidade,
converge-se a si mesma nessa vontade de potência,
desenho de homens loucos,
esse consumo meta-mercantil.
Não sabemos como chegaremos em casa porque os caminhos
não estão prontos.
O poeta já disse, é de todos e de ninguém
e não pára nunca de arder.
refletido
Postado por
Vital
on domingo, 5 de dezembro de 2010
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Eu abandonei meus antigos preceitos,
não perco mais tempo.
Medir o peso dos erros passados
fazer a conversão de equivalência com os acertos que trago nos bolsos,
tudo isso é vão e cansa a menina.
Pretender razão para legitimar o pontual ciúme da namorada
é uma tremenda burrice,
ciúmes: aprenda a não morrer por isso e deixe-o
como um incenso na sua casa de amar.
Depois a gente é movimento,
gente é movimento.
Não existe balança,
não quero justiça do amor.
Saborear a delícia de um fogo desigual me fascina,
porque na essência todo fogo queima e isso basta.
não perco mais tempo.
Medir o peso dos erros passados
fazer a conversão de equivalência com os acertos que trago nos bolsos,
tudo isso é vão e cansa a menina.
Pretender razão para legitimar o pontual ciúme da namorada
é uma tremenda burrice,
ciúmes: aprenda a não morrer por isso e deixe-o
como um incenso na sua casa de amar.
Depois a gente é movimento,
gente é movimento.
Não existe balança,
não quero justiça do amor.
Saborear a delícia de um fogo desigual me fascina,
porque na essência todo fogo queima e isso basta.