A cidade acontece em seu infinito materialismo
feito de tijolos e absurdos
cortados por avenidas repletas de edifícios
e o antagonismo de tantas arquiteturas co-viventes
do mesmo atemporal espancamento juvenil iroso
a que foram submetidos os estilos ideais burgueses
assim como os mendigos sem marquises
Reclamam! que as pessoas não lêem mais jornais,
- que as mentiras legalizadas valem menos no mercado de hoje.
Concupiscentes continuarão mesmo após os pontos finais,
as vírgulas ajudam a compor o fluxo que a alimenta,
semáforos pontuam crônicas anunciadas, mortes repetidas.
Muitas vozes recitando um poema dissonante
musicado nas construções, buzinas e um motor insensível
aos esquecidos abandonos.
O insone crime noturno cometido nas esquinas,
delitos enamorados de alguma fábula romântica que Hollywood adapturpou.
Corações febris apenas no dia da ressaca
de mais uma boemia insossa, do falso teatro que torto se representa,
[é por não saber e só].
Que essa contingência dos pontos de ônibus
é também um pouco o nosso medo da morte,
o que fazem quando não chove? Quando uma metáfora é cimentada,
e as mulheres que dizem não por um arrependimento passado
caminham no mesmo perigo das galerias noturnas.
Há uma história silenciosa na pele da cidade,
converge-se a si mesma nessa vontade de potência,
desenho de homens loucos,
esse consumo meta-mercantil.
Não sabemos como chegaremos em casa porque os caminhos
não estão prontos.
O poeta já disse, é de todos e de ninguém
e não pára nunca de arder.
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