Quando depois de toda história
contada em livros derramados
por gerações de fanáticos iconólatras
que ensaiaram seu sucessivo fracasso
sem causa e sem conserto,
nos deparemos quem sabe com a nossa memória interrompida,
saberemos quem deu a ordem
de atear fogo à essas casas!
e pensaremos à altura do fogo o seu som
que recobra e reivindica as coisas que só se movem paradas.
Terá sido como pensar a luz
enxergando o olho ou o rio bebendo o peixe e o homem
enquanto se mergulha no próprio rumor que ecoa dentro de mim,
quando relembro de encontrá-lo ainda antes de tê-lo visto ou tocado.
São coisas que a história não guarda.
Coisas que não podem ser datadas.
Antes de dormir
Postado por
Vital
on quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
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Antes de dormir
leituras inacabadas
uma reza do ideal
arquitetura celeste
curva no invisível
vontade de sentir
a inexatidão de querer
a distância das coisas
a surpresa de um verso
que não se adivinha
na lógica desmontada
por palavras alheias
ao destino composto
de sonhos que rimam
na avessa fonética
de uma criatura maior
que o tempo concebido
em fazer-se por nada
só a vontade de ver
concluído pra fora
o abissal sedimento
desmemoriado da vida
que se acumula nos leitos
de oceanos amantes.
leituras inacabadas
uma reza do ideal
arquitetura celeste
curva no invisível
vontade de sentir
a inexatidão de querer
a distância das coisas
a surpresa de um verso
que não se adivinha
na lógica desmontada
por palavras alheias
ao destino composto
de sonhos que rimam
na avessa fonética
de uma criatura maior
que o tempo concebido
em fazer-se por nada
só a vontade de ver
concluído pra fora
o abissal sedimento
desmemoriado da vida
que se acumula nos leitos
de oceanos amantes.