É no mínimo curioso observar as pessoas na galeria. Que são as mesmas em todas as galerias. Apesar das variações de maquiagens, roupas e treijeitos. Apesar das máscaras sociais com que cada um se veste ao acordar. Tudo isso só pra esconder o que ninguém quer ver, nem no espelho do banheiro de casa. Mas que todo mundo reconhece e tenta transfigurar, e quando pouco, tentam apenas ignorar. Mas ninguém consegue.
Muitas dessas pessoas que vejo caminhar pela galeria com olhares vidrados, curiosos e fortuitos parecem estar sempre enxergando seus propósitos e objetivos bem de perto. Como se em cada vitrine repousasse um novo ideal plenamente alcançável. E eu quase os invejo, quando me deparo com tanta certeza nos olhos e segurança ao andar. Mas eu sempre tropeço, incerto, na minha fixa idéia de que os sonhos e ideais mais sinceros não saem de moda nunca, não mudam de coleção, não vão pra ala das liquidações, só seguem(teimosos) suas próprias tendências... E muito menos acabam ao passo das estações.
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