nem sombra nem luz nem discussão

Mesmo que te cubras de pranto
Teu pranto nunca cobre teu sal
És sal, e cobre, e tanto.
E no entanto, salivas fatal!

Te afastas teu próprio foi-se
Como ceifa a morte, a raiz!
Faças, porém, com tua foice
Como a calçada fez com teu giz.

Te encerras naquilo que és
Mas não te dê por satisfeito.
Vê te escoar, pois, pelos pés
Nada de ti, senão teu defeito.

Que restes sem te dar conta
Entre os que nunca te esquecem
Mas aos distantes que em si te merecem
Concedas a ponta daquilo que destes.



Belíssimo poema do meu grande camarada Natan.

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