O final da rua
eu já sei. É o mesmo,
às vezes molhado de chuva,
às vezes com cacos de vidro.
Eu adivinho.
As coisas ficam
da maneira como as deixamos,
ficam? e se não ficam... vãos?
As prateleiras podem cair
e os livros ficarem todos no chão
caoticamente predestinados.
As prateleiras caíram. Talvez
quando descíamos o terceiro andar ou
no derradeiro minuto antes de voltarmos.
Não importa, caíram
e os livros lá
todos no chão
pesa mais Machado a
Dostoievski? Quintana flutuou?
Drummond como uma pedra e um meio,
um descaminho...
É como um dado rolando
aleatório
mas dado,
a gente adivinha e se surpreende.
Como se o que é dado
não fosse dado e se inventasse
sem destino, mas destinado
a rolar e ser acaso - pressuposto e novo -
determinismo e Liberdade. Escolher
o que se é e Duvidar.
Não adianta arrumar tanto assim o quarto,
uma noite dessas a estante desaba e
deixa os livros
todos no chão.
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