Viver é escrever uma história descontínua
do que se foi a cada agora já vivido.
E depois, ao longo dos rios que secaram
esquecer-se das horas turvas
dos sonhos que não mudaram.
Esquecer de trechos,
dos que não ficaram.
Ah o homem... Talentoso artista
que escreve a vida enquanto lê
às sombras das árvores
e ao canto dos rouxinóis.
Lê também os signos da Terra
e as chuvas detrás do monte,
os olhos dos roçeiros velhos.
O homem lê o não dito - fito -
e se apaga infinito.
De todos os sentidos humanos
o mais sincero é a leitura
que não se restringe
Porque toda linguagem
não passa de mera invenção!
Essa embrulhada que é a vida
vale os livros que lemos.
0 comentários:
Postar um comentário