Luta homem,
Luta
E
Morre
Lutando.
Liberta o homem
homem,
Liberta-se a si mesmo.
Desagrilhoa tuas palavras:
Escritas
e
Faladas.
Não teme o policial homem,
Ele não é mais que a fantasia de ser.
Transgride homem,
A lei que te aprisiona.
Burla
A constituição fecal
Homem,
Que nem deus te governa!
Mata homem,
Que se não mata
Morre,
De tiro e de fome.
Ama tua morte homem!
E não te submete ao medo
Porque a liberdade é maior
Que o banco.
Rouba homem,
Que a pior prisão não tem barriga.
Vomita homem,
Mas não engole o lixo deles.
Rasga tua roupa homem,
E ateia fogo ao luxo deles.
Se entorpece homem,
Com tudo que lhe é proibido,
Pois a natureza ignora licitações.
Larga tua cruz pesada homem,
Que Jesus foi só mais um filho de José.
Vira menino homem,
Que pro mundo só és um homem
De comprar, prender e vacinar.
Vira menino homem,
Depois luta
e
morre se preciso,
mas morre menino homem,
Que a liberdade é mãe eterna
Das mulheres doces e dos homens de sal
que sonharam suas meninices
debaixo do temporal.
500 Anos de Aliteração em "Au"
Postado por
Vital
on quarta-feira, 22 de setembro de 2010
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Oh que bem ou mal
Num primeiro de Abril
Hei-de desencobrir a encoberta Portugal.
Reúno minha esquadra
Com favela, fumo, furto e fornicação legal
Nem que seja eu o capitão e tripulante
Solitário de minha nau.
Que não me impeçam o calor
Nem sequer um temporal,
Ah pois, eu vou descobrir o Portugal.
Eu vou que vou pagando de Cabral,
Mas não é uma questão imperialista
Nem tampouco é soberba naval,
É que porra! - Tribalização Capital.
Levo comigo um índio tradutor,
Que fala inglês, tupi, brasileirês e português de Portugal.
Que é pra mode eu lhes naturalizar
De minha empreitada o sentido anti-Colonial.
No meio do caminho
Cruzamos Sir Francis Drake uns pirata e tal,
- in the name of Queen Sir Drake,
why don't you suck my pau?
Lhe inquiriu o catequíndio euro-canibal.
Passamos putos pelo pirata paga-pau.
De cima do Equador o buraco é mais embaixo,
Como se debaixo do Equador qualquer buraco fosse buraco de enfiar o pau.
Porque foder latino-africano é que nem assar boi no sal.
Velho mundo velho cabedal,
Levo comigo frevo, ciranda, côco, baião, maracatu
E para plantar-te um imenso bananal!
Da binária pobreza sobrou uma pompa real
E uma posta magra de bacalhau.
Vira-num-vira-vai-virar-já-virou uma imensa Portugal,
Mas na sesmaria sem lei tem de tudo,
Sertão, rio fundo, mato virgem, mangue & town.
De que banda-oceano não difere-se o mal,
Vai-se à padaria, farmácia e lê-se o mesmo jornal.
Só que com as "vergonhas de fora" eles não entendem nosso no sense libertino tropical.
Num primeiro de Abril
Hei-de desencobrir a encoberta Portugal.
Reúno minha esquadra
Com favela, fumo, furto e fornicação legal
Nem que seja eu o capitão e tripulante
Solitário de minha nau.
Que não me impeçam o calor
Nem sequer um temporal,
Ah pois, eu vou descobrir o Portugal.
Eu vou que vou pagando de Cabral,
Mas não é uma questão imperialista
Nem tampouco é soberba naval,
É que porra! - Tribalização Capital.
Levo comigo um índio tradutor,
Que fala inglês, tupi, brasileirês e português de Portugal.
Que é pra mode eu lhes naturalizar
De minha empreitada o sentido anti-Colonial.
No meio do caminho
Cruzamos Sir Francis Drake uns pirata e tal,
- in the name of Queen Sir Drake,
why don't you suck my pau?
Lhe inquiriu o catequíndio euro-canibal.
Passamos putos pelo pirata paga-pau.
De cima do Equador o buraco é mais embaixo,
Como se debaixo do Equador qualquer buraco fosse buraco de enfiar o pau.
Porque foder latino-africano é que nem assar boi no sal.
Velho mundo velho cabedal,
Levo comigo frevo, ciranda, côco, baião, maracatu
E para plantar-te um imenso bananal!
Da binária pobreza sobrou uma pompa real
E uma posta magra de bacalhau.
Vira-num-vira-vai-virar-já-virou uma imensa Portugal,
Mas na sesmaria sem lei tem de tudo,
Sertão, rio fundo, mato virgem, mangue & town.
De que banda-oceano não difere-se o mal,
Vai-se à padaria, farmácia e lê-se o mesmo jornal.
Só que com as "vergonhas de fora" eles não entendem nosso no sense libertino tropical.
Soneto Desterrado
Postado por
Vital
on sábado, 18 de setembro de 2010
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Soprou as cinzas vento velho
passei sem passado qual passante austero
Saraivando nobre leve entorno ao Hélio,
secos sonhos eu ainda ainda espero.
Esquecimento e concreto férreo
Inverossímil a força bruta do mistério
Solidificado sem terraço ficou meu amor térreo
Transparecido, alvo, um poema estéril.
O fim da vida – não o final – é sem cornaço,
Não fere ou fura: escleral, escura.
Gênese de todo minério e metal; primeiro abraço.
Lirista louco e desgraçado de mazela a cura
Descobre fronteiriço à morte o embaraço
De só quando desterrado encontrar o que procura.
passei sem passado qual passante austero
Saraivando nobre leve entorno ao Hélio,
secos sonhos eu ainda ainda espero.
Esquecimento e concreto férreo
Inverossímil a força bruta do mistério
Solidificado sem terraço ficou meu amor térreo
Transparecido, alvo, um poema estéril.
O fim da vida – não o final – é sem cornaço,
Não fere ou fura: escleral, escura.
Gênese de todo minério e metal; primeiro abraço.
Lirista louco e desgraçado de mazela a cura
Descobre fronteiriço à morte o embaraço
De só quando desterrado encontrar o que procura.
Passageiro
Postado por
Vital
on segunda-feira, 13 de setembro de 2010
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O maior rio não é o mais veloz,
é o mais paciente.
Naquela tarde sem feira virei pedra no rio,
tucano me cagou lá do alto
enquanto folhas submersas acariciavam meus pés sinceros.
Se a ponte velha cair ou não o rio segue
liberdade.
Fui de lá por mim com essas impressões de ser
por trás dos olhos.
Acho que dali só muito tempo depois
aprendi o que o rio me ensinou.
E fiquei assim... Amando amor de rio, de passagem, sem pressa
porque o destino une sem premeditar.
Acumulei muitas pedrinhas no meu leito raso de mistérios simples.
Conchas e amores às minhas margens - minhas correntezas apaixonadas,
flores e amores tudo sobre o barro.
O vento, sinto-o junto à minha superfície acompanhada de si mesma.
Coleciono minhas sensações de liberdades,
beijos sinceros [minha saudade tátil]. Eu sou assim,
passageiro entre coisas,
é a minha sina não ficar, minha bênção e minha pena.
é o mais paciente.
Naquela tarde sem feira virei pedra no rio,
tucano me cagou lá do alto
enquanto folhas submersas acariciavam meus pés sinceros.
Se a ponte velha cair ou não o rio segue
liberdade.
Fui de lá por mim com essas impressões de ser
por trás dos olhos.
Acho que dali só muito tempo depois
aprendi o que o rio me ensinou.
E fiquei assim... Amando amor de rio, de passagem, sem pressa
porque o destino une sem premeditar.
Acumulei muitas pedrinhas no meu leito raso de mistérios simples.
Conchas e amores às minhas margens - minhas correntezas apaixonadas,
flores e amores tudo sobre o barro.
O vento, sinto-o junto à minha superfície acompanhada de si mesma.
Coleciono minhas sensações de liberdades,
beijos sinceros [minha saudade tátil]. Eu sou assim,
passageiro entre coisas,
é a minha sina não ficar, minha bênção e minha pena.
a saudade da maré
Postado por
Vital
on quarta-feira, 1 de setembro de 2010
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Tão longe. Tão perto.
Amanhã?
- Incerto. Madrugo
deserto desperto,
fechado e fachada
aberto.
Nulo, pulo, nada,
abrigo de mãos espalmadas
fundindo eu...
Aperto, há perto
Há! É certo que há
na ausência franca
e pautada do papel: inerte,
manchado por um nome: Alberto ou
qualquer letra desencontrada
do ainda não inventado Alfabeto
de palavras
sem-teto,
sem veto.
Eu sou ao mesmo tempo
o que o meu avô foi - um vir a ser de neto - essa mistura de tempo e árvores,
plantadas ou genealógicas.
Tão longe tão perto
eu de mim mesmo,
meu grande amor
é uma maré
tão certa quanto imprevista,
tão esperada que surpreende.
Existente mas esquecida,
suave a tua brisa e docemente corrosiva.
Mar é mistério
com ou sem tempestade.
É lonjura no perto tocável.
Saudade de inverter aquela palavra
que eu nunca soube nem consegui,
saudade é o mar alto e a praia branca,
é areia fina e grossa fundura.
Fogo de morro acima e água de morro abaixo
nada não segura.
Amanhã?
- Incerto. Madrugo
deserto desperto,
fechado e fachada
aberto.
Nulo, pulo, nada,
abrigo de mãos espalmadas
fundindo eu...
Aperto, há perto
Há! É certo que há
na ausência franca
e pautada do papel: inerte,
manchado por um nome: Alberto ou
qualquer letra desencontrada
do ainda não inventado Alfabeto
de palavras
sem-teto,
sem veto.
Eu sou ao mesmo tempo
o que o meu avô foi - um vir a ser de neto - essa mistura de tempo e árvores,
plantadas ou genealógicas.
Tão longe tão perto
eu de mim mesmo,
meu grande amor
é uma maré
tão certa quanto imprevista,
tão esperada que surpreende.
Existente mas esquecida,
suave a tua brisa e docemente corrosiva.
Mar é mistério
com ou sem tempestade.
É lonjura no perto tocável.
Saudade de inverter aquela palavra
que eu nunca soube nem consegui,
saudade é o mar alto e a praia branca,
é areia fina e grossa fundura.
Fogo de morro acima e água de morro abaixo
nada não segura.