Não abandono os momentos pequenos
porque a vida
não é mais farta que um grão de areia,
de arroz.
Me incomodo de não querer
porque a vida
não é mais pobre que o egoísmo,
que um desengano.
Esqueci aquelas rezas ensinadas
porque aprendi as vividas.
Missas de sol e lua,
línguas de fogo e de ferro.
Pedra, potência e rio correndo
e mundo girando e estrelas
caindo nos telhados das igrejas
e dos currais, nos pastos, nos leitos
E nos ais!
Eu que sou isso e creio em Deus,
rezo de olho aberto,
rezo na ponta de um lápis quebrado
Com a fé das montanhas e das mostardas.
Eu que não rezo de mãos juntas,
não estendo os braços aos céus,
Não entrelaço os dedos. Eu que gosto
da sombra que não tem passado.
Peço sossego na vista
e uma paciência ruminante.
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