Se a vida fosse uma palavra
eu não ousaria dizê-la.
Se fosse fogo
eu seria as cinzas espalhadas.
Se não fosse nada
eu era o Deus sentado.
Fosse um círculo
e eu amava a força tangente
que se perde na alucinação
de querer ser linha,
Descuidado de que os carretéis enrolam-se
sobre si mesmo.
Se a vida fosse morte
eu era a terra:
escavada, revolvida.
Se fosse liberdade; passarinho.
Se a vida fosse nascimento
eu era a poda.
Se a vida fosse chuva
eu era o sertão inteiro
E se a vida fosse só um poema inacabado
eu era a pena seca e uma lágrima salgada.
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