Li tua poesia de Abril,
contemplei absorto tua Auto-foto-grafia espelhada.
Pensei nas minhas mãos,
pensei no barro.
Pensei nas tais flores de abril,
pensei em como é o cheiro das Gardênias.
Não soube como era tua voz
mas esqueço que rimava.
Lembrei de como os peixes não temem a morte
mas parecem sempre aflitos.
Quis falar o teu nome.
desinvenção
Postado por
Vital
on sábado, 28 de novembro de 2009
/
Comments: (0)
Não sei pra quê tantos sinais,
ninguém nunca sabe pra onde tá indo mesmo...
faixas duplas, pontilhadas, de pedestres...
faixas de fachada!
Verde, amarelo e depois o vermelho.
Uma cor pra lhe dizer quando parar
quando seguir
um caminho pra se seguir.
O absurdo de não poder inventar
o seu próprio caminho, inteiramente novo,
o nome das ruas
o nome das coisas.
Mas eu cheguei
e já tinham feito tudo, nomeado tudo,
sinalizado tudo, sabido tudo!
Foi então que eu começei
a construir buracos.
ninguém nunca sabe pra onde tá indo mesmo...
faixas duplas, pontilhadas, de pedestres...
faixas de fachada!
Verde, amarelo e depois o vermelho.
Uma cor pra lhe dizer quando parar
quando seguir
um caminho pra se seguir.
O absurdo de não poder inventar
o seu próprio caminho, inteiramente novo,
o nome das ruas
o nome das coisas.
Mas eu cheguei
e já tinham feito tudo, nomeado tudo,
sinalizado tudo, sabido tudo!
Foi então que eu começei
a construir buracos.
Épico
Postado por
Vital
on quarta-feira, 25 de novembro de 2009
/
Comments: (0)
Era como se não houvesse sábado
nem estações de chumbo ou bálsamo,
e a dor? um simples hábito
sem refutação, sem negar, halor e o hálito.
Era como se fosse uma era mágica
dessas que a gente lê nos livros épicos
com aventura, espada, amor e o trágico!
E eu menino fingia-me em silêncio o príncipe
encantado, à cavalo, destemido, cálido.
Era como se fosse a saga no quintal sem trégua!
Desvario andante e léguas e léguas e léguas de lágrimas
eu lunático, desencontrado andava, febril em cólera
buscando um motivo só que nem chegasse à ótica
Dos parapeitos desmoronados no meu medo trépano
de que o vil tirano em sua armadilha suja me furasse o crânio
Me fizesse torpe, me sugasse o sangue e o meu lábio lívido,
denunciasse a morte e ela intrépida entre a sorte e o ópio:
mais um final, de mais uma batalha e nenhuma lógica.
Era como na lembrança eu derramasse o cálice
e no desamor da realidade me fizesse bêbado
por não querer distância e recusar os títulos
Que eu aprendi na estória o silêncio é sábio
e não desejei senão a fantasia da tua mão sólida.
nem estações de chumbo ou bálsamo,
e a dor? um simples hábito
sem refutação, sem negar, halor e o hálito.
Era como se fosse uma era mágica
dessas que a gente lê nos livros épicos
com aventura, espada, amor e o trágico!
E eu menino fingia-me em silêncio o príncipe
encantado, à cavalo, destemido, cálido.
Era como se fosse a saga no quintal sem trégua!
Desvario andante e léguas e léguas e léguas de lágrimas
eu lunático, desencontrado andava, febril em cólera
buscando um motivo só que nem chegasse à ótica
Dos parapeitos desmoronados no meu medo trépano
de que o vil tirano em sua armadilha suja me furasse o crânio
Me fizesse torpe, me sugasse o sangue e o meu lábio lívido,
denunciasse a morte e ela intrépida entre a sorte e o ópio:
mais um final, de mais uma batalha e nenhuma lógica.
Era como na lembrança eu derramasse o cálice
e no desamor da realidade me fizesse bêbado
por não querer distância e recusar os títulos
Que eu aprendi na estória o silêncio é sábio
e não desejei senão a fantasia da tua mão sólida.
sobre todas as coisas e uma só
Postado por
Vital
on segunda-feira, 23 de novembro de 2009
/
Comments: (0)
Vinícius falou que o ciúme é o perfume do amor,
o Chico concordou, o Pedro pedreiro, coitado, nem notou,
não teve tempo de sentir ciúmes da sua preta,
esperou o trem esperou, mas o seu rebento foi quem chegou
e esse desalento
e o mal pagamento. O que ficou. Ficou um sonho de norte, um desejo de boa sorte.
Um desejo por desejar, um ciúme de não amar... nem odiar.
A gente fica mesmo entregue à própria sorte, que nem sempre é boa.
Ou má. Só acaso. Singular. Poeta amante, não há que se negar.
Ciúme é mesmo um per-fumar, mas em dose grande é de se embriagar
e na saudade o alcool arde, apesar de seu bem cheirar, na distância:
saudade arde arde arde... Como sal! como saudarde! porém sem nunca matar,
salvo de amor
que assim todo dia eu morro só por te gostar.
Meu ciúme é fragrância em pequenos frascos partidos,
derrAmados pelo caminho que você deixou enquanto olhava
As vitrines te vendo passar, nas galerias do teu corpo
perfumado por esse meu em cio mar.
o Chico concordou, o Pedro pedreiro, coitado, nem notou,
não teve tempo de sentir ciúmes da sua preta,
esperou o trem esperou, mas o seu rebento foi quem chegou
e esse desalento
e o mal pagamento. O que ficou. Ficou um sonho de norte, um desejo de boa sorte.
Um desejo por desejar, um ciúme de não amar... nem odiar.
A gente fica mesmo entregue à própria sorte, que nem sempre é boa.
Ou má. Só acaso. Singular. Poeta amante, não há que se negar.
Ciúme é mesmo um per-fumar, mas em dose grande é de se embriagar
e na saudade o alcool arde, apesar de seu bem cheirar, na distância:
saudade arde arde arde... Como sal! como saudarde! porém sem nunca matar,
salvo de amor
que assim todo dia eu morro só por te gostar.
Meu ciúme é fragrância em pequenos frascos partidos,
derrAmados pelo caminho que você deixou enquanto olhava
As vitrines te vendo passar, nas galerias do teu corpo
perfumado por esse meu em cio mar.
momento
Postado por
Vital
on domingo, 22 de novembro de 2009
/
Comments: (0)
uma desnecessidade passa[li]geira.
Soneto de Retalhos (para minha Mãe)
Postado por
Vital
on sexta-feira, 20 de novembro de 2009
/
Comments: (0)
Primeiro pensa colorido
depois agulha, linha... inspiração!
Paz na sala em meio ao alarido
silêncio sorriso sensação.
Passarinhos, girassóis, identidade nossa.
Miúdo miudinho, minas, mãe, menina
brincando de infância na roça
com arte simples pura da mais fina.
Costura no teu dom...
a poesia sem palavra,
tece criadora o não som
O retalho que buscava
e se encontra com
A rima autêntica e cava.
depois agulha, linha... inspiração!
Paz na sala em meio ao alarido
silêncio sorriso sensação.
Passarinhos, girassóis, identidade nossa.
Miúdo miudinho, minas, mãe, menina
brincando de infância na roça
com arte simples pura da mais fina.
Costura no teu dom...
a poesia sem palavra,
tece criadora o não som
O retalho que buscava
e se encontra com
A rima autêntica e cava.
declaração
Postado por
Vital
on quarta-feira, 18 de novembro de 2009
/
Comments: (0)
Eu te amo,
eu te quero,
eu te acordo
Te deito e te como
te anoiteço
te penso te penso te penso
Eu te sonho,
te viro te avesso
te acordo
Te espero te espero
te espero...
eu te saudade
eu te quero,
eu te acordo
Te deito e te como
te anoiteço
te penso te penso te penso
Eu te sonho,
te viro te avesso
te acordo
Te espero te espero
te espero...
eu te saudade
Desconcertado
Postado por
Vital
on terça-feira, 17 de novembro de 2009
/
Comments: (0)
O telefone só toca
de repente.
e você só liga de repente,
fico desconcertado.
Desconcertado? É! desconcertado!...
Como se o amor fosse um defeito de fabricação
e o concerto a solidão,
o de repente dela:
Sabe a surpresa
da minha excitação,
e a língua não consegue
as palavras em profusão!
Voz macia de menina morena que você tem,
e eu adoro esse des-concerto.
de repente.
e você só liga de repente,
fico desconcertado.
Desconcertado? É! desconcertado!...
Como se o amor fosse um defeito de fabricação
e o concerto a solidão,
o de repente dela:
Sabe a surpresa
da minha excitação,
e a língua não consegue
as palavras em profusão!
Voz macia de menina morena que você tem,
e eu adoro esse des-concerto.
na veia
Postado por
Vital
on sábado, 14 de novembro de 2009
/
Comments: (0)
Quando ela me perguntou sobre o amor
eu respondi sem pensar:
- não sei dizer em palavras o amor menina...
só sei que a gente tá sempre sangrando,
ainda que sem cortes no pé
ou ralado no joelho.
O sangue tá sempre sangrando
ainda que pra dentro,
na veia.
eu respondi sem pensar:
- não sei dizer em palavras o amor menina...
só sei que a gente tá sempre sangrando,
ainda que sem cortes no pé
ou ralado no joelho.
O sangue tá sempre sangrando
ainda que pra dentro,
na veia.
sobre a arte(desenhando com palavras)
Postado por
Vital
on sexta-feira, 13 de novembro de 2009
/
Comments: (0)
o poeta faz desenhos com as palavras,
as crianças fabricam brinquedos de palavras
as pedras silenciam palavras.
E os pintores poetizam
seus pincéis em telas coloridas da mesma inspiração
que faz nascer toda arte!
toda escultura...
a arte está no olhar de quem sente
poesia
no absurdo.
as crianças fabricam brinquedos de palavras
as pedras silenciam palavras.
E os pintores poetizam
seus pincéis em telas coloridas da mesma inspiração
que faz nascer toda arte!
toda escultura...
a arte está no olhar de quem sente
poesia
no absurdo.
Poetar
Postado por
Vital
on quarta-feira, 11 de novembro de 2009
/
Comments: (0)
Escrevo, mas nunca tudo.
apago o não e os nadas que me sobram.
Escrevo porque em mim não cabe
nem tem tamanho algum visto de fora adentro.
Gosto de pensar que a poesia que se amadurece em mim
é como uma tela que componho de todas as paisagens
que não vi com olho aberto, nem
Fechado.
Traduzo nas palavras que me brotam
o canto do mundo inteiro,
visto de um cantinho,
Cantinho mineiro
que me abre e me encerra em tudo aquilo que ainda não cheguei a ser.
Poetar é descobrir a linguagem pura dos homens-sonhos
que cabe fora de tudo que é dentro.
apago o não e os nadas que me sobram.
Escrevo porque em mim não cabe
nem tem tamanho algum visto de fora adentro.
Gosto de pensar que a poesia que se amadurece em mim
é como uma tela que componho de todas as paisagens
que não vi com olho aberto, nem
Fechado.
Traduzo nas palavras que me brotam
o canto do mundo inteiro,
visto de um cantinho,
Cantinho mineiro
que me abre e me encerra em tudo aquilo que ainda não cheguei a ser.
Poetar é descobrir a linguagem pura dos homens-sonhos
que cabe fora de tudo que é dentro.
SENTIDO
Postado por
Vital
on domingo, 8 de novembro de 2009
/
Comments: (0)
sentido direção?
Cinco sentidos provisórios
e o sexto
E o sexo senm-tido,
o não tido.
Tudo na vida
que sen-te
sem ti.
Sentido na pele
na língua
nas mãos sentido
Meu presente é sem tido
con-sentido, sem sentido...
abstração e absoluto.
Cinco sentidos provisórios
e o sexto
E o sexo senm-tido,
o não tido.
Tudo na vida
que sen-te
sem ti.
Sentido na pele
na língua
nas mãos sentido
Meu presente é sem tido
con-sentido, sem sentido...
abstração e absoluto.
Me repito
Postado por
Vital
on quarta-feira, 4 de novembro de 2009
/
Comments: (0)
Era uma noite quente enluarada
parecia-me infinita
doce ilusão
Enganei-me.
Amanheceu um dia frio nebuloso
pareceu-me que seria infinito
enganei-me novamente
Estava e deixei de estar então
aflito.
As palavras... ah! As palavras...
elas sim são infinitas
e eternas
nas bocas e na escrita,
No esquecimento...
mas e o amor que as confere alma
é acaso eterno ou infinito?
Não sei se ele se repete se repete se repete
ou se sou eu que me repito.
Não quero controlar nada
Por fim o vento espalha
e deixa tudo assim... sem fim
mas é o mesmo estar sem fim que estar-se infinito?
Depois vem o mar e engole o fim sem fim
e o infinito
Engole o engano
a interrogação...
meu pobre grito.
parecia-me infinita
doce ilusão
Enganei-me.
Amanheceu um dia frio nebuloso
pareceu-me que seria infinito
enganei-me novamente
Estava e deixei de estar então
aflito.
As palavras... ah! As palavras...
elas sim são infinitas
e eternas
nas bocas e na escrita,
No esquecimento...
mas e o amor que as confere alma
é acaso eterno ou infinito?
Não sei se ele se repete se repete se repete
ou se sou eu que me repito.
Não quero controlar nada
Por fim o vento espalha
e deixa tudo assim... sem fim
mas é o mesmo estar sem fim que estar-se infinito?
Depois vem o mar e engole o fim sem fim
e o infinito
Engole o engano
a interrogação...
meu pobre grito.
poesia
Postado por
Vital
on domingo, 1 de novembro de 2009
/
Comments: (0)
Escapuliu e rolou ladeira abaixo
fez curva, repicou, deu com o muro.
Mas não parou,
há certas coisas - e erradas também - que não param nunca.
Atravessou a feira
atravessou a vila e a viela,
os meninos correram atrás com a alegria estampada
na brincadeira sem motivo de ser.
Foi embora,
da última vez que a vi o olho quase que não alcançava mais
mas ainda assim era como se estivesse
escorrendo dos meus dedos
agora mesmo...
Escapulindo em todas as direções
descendo a ladeira sem fim
brincando de fugir
só pra que eu a tente outra vez,
Preu reunir alguns versos e chamar de
poesia.
fez curva, repicou, deu com o muro.
Mas não parou,
há certas coisas - e erradas também - que não param nunca.
Atravessou a feira
atravessou a vila e a viela,
os meninos correram atrás com a alegria estampada
na brincadeira sem motivo de ser.
Foi embora,
da última vez que a vi o olho quase que não alcançava mais
mas ainda assim era como se estivesse
escorrendo dos meus dedos
agora mesmo...
Escapulindo em todas as direções
descendo a ladeira sem fim
brincando de fugir
só pra que eu a tente outra vez,
Preu reunir alguns versos e chamar de
poesia.