Era como se não houvesse sábado
nem estações de chumbo ou bálsamo,
e a dor? um simples hábito
sem refutação, sem negar, halor e o hálito.
Era como se fosse uma era mágica
dessas que a gente lê nos livros épicos
com aventura, espada, amor e o trágico!
E eu menino fingia-me em silêncio o príncipe
encantado, à cavalo, destemido, cálido.
Era como se fosse a saga no quintal sem trégua!
Desvario andante e léguas e léguas e léguas de lágrimas
eu lunático, desencontrado andava, febril em cólera
buscando um motivo só que nem chegasse à ótica
Dos parapeitos desmoronados no meu medo trépano
de que o vil tirano em sua armadilha suja me furasse o crânio
Me fizesse torpe, me sugasse o sangue e o meu lábio lívido,
denunciasse a morte e ela intrépida entre a sorte e o ópio:
mais um final, de mais uma batalha e nenhuma lógica.
Era como na lembrança eu derramasse o cálice
e no desamor da realidade me fizesse bêbado
por não querer distância e recusar os títulos
Que eu aprendi na estória o silêncio é sábio
e não desejei senão a fantasia da tua mão sólida.
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