Vinícius falou que o ciúme é o perfume do amor,
o Chico concordou, o Pedro pedreiro, coitado, nem notou,
não teve tempo de sentir ciúmes da sua preta,
esperou o trem esperou, mas o seu rebento foi quem chegou
e esse desalento
e o mal pagamento. O que ficou. Ficou um sonho de norte, um desejo de boa sorte.
Um desejo por desejar, um ciúme de não amar... nem odiar.
A gente fica mesmo entregue à própria sorte, que nem sempre é boa.
Ou má. Só acaso. Singular. Poeta amante, não há que se negar.
Ciúme é mesmo um per-fumar, mas em dose grande é de se embriagar
e na saudade o alcool arde, apesar de seu bem cheirar, na distância:
saudade arde arde arde... Como sal! como saudarde! porém sem nunca matar,
salvo de amor
que assim todo dia eu morro só por te gostar.
Meu ciúme é fragrância em pequenos frascos partidos,
derrAmados pelo caminho que você deixou enquanto olhava
As vitrines te vendo passar, nas galerias do teu corpo
perfumado por esse meu em cio mar.
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