A vida eu comparo
com um caminho
que às vezes é trilha, em trechos ela é , sendo apagada,
às vezes asfalto, noutras tantas
a parada.
O grande amor
é uma casa misteriosa e bela
cheia de quarto, porta e janela,
casa
que se dá no caminho só ao caminhante que sem pressa
caminha.
Mas encontrar essa casa aconchegante no caminho
não significa nunca deixar de caminhar,
porque essa casa é, não no sentido enraizado da palavra,
fixa, é casa pelo que abrange teu próprio Estar,
pelo chão limpo que eu piso de pés descalços
sem medo de me machucar,
pelo meu beijo sem teto que só assim encontra
o céu estrelado de dentes da tua boca.
E o fogo do teu olhar que acende em si
a fogueira que me aquece na minha mais pura nudez,
teu riso sonoro aberto
qual janela escancarada e cantante.
Meu grande amor
meu lar destelhado, desparedado, sem clausuras,
com esse cheiro de sol
esse gosto de liberdade nua...
Meu grande amor
minha casa-andante,
onde se encontra
teu presente instante?
Caminho casa andante (vidamor)
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Vital
on terça-feira, 29 de setembro de 2009
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ao que vai nascer
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Vital
on sábado, 26 de setembro de 2009
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Calem-se todos os olhares
cessem teus tortos pedidos
cubram de silêncios
o grande vazio que servirá de berço
ao que vai nascer
cessem teus tortos pedidos
cubram de silêncios
o grande vazio que servirá de berço
ao que vai nascer
Carta para Sartre
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Vital
on quinta-feira, 24 de setembro de 2009
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O próprio homem aprisiona o homem.
Não é a inescapável liberdade a que estamos fadados
uma corrente pesada que carregamos na consciência, consciência que não é tão simplificadamente
apenas consciência, é antes uma consciência sentimental.
Não. A liberdade supera a incapacidade humana de ser livre.
Ela escapa à tentativa de direcioná-la prum caminho prévia e conscientemente
engendrado, ainda que se trate dessa tal consciência sentimental a que me refiro.
E o homem, se angustia duplamente, por não conseguir
comportar Em-si a infinitude das possibilidades,
nem organizar suas intenções flutuantes.
Seria então, a suprema e inefável liberdade humana que é capaz
de todas as direções e vontades existentes - criadas - entre o espaço de si Para-si mesmo
um grilhão ou a chave mestra de todo vir a ser?
Resta ao homem não se paralizar pelos medos
nem repudiar a angústia, que é uma certa forma de estar no homem,
não necessariamente negativo, é impulso motivador.
Você diz na Origem do Nada: "...fujo para ignorar, mas não posso
ignorar que fujo."
Que o movimento desencadeado pela angústia do nada
não se reduza a um perambular afoito e arredio, fugitivo.
Porque você mesmo diz que a liberdade não se fundamenta
em valores, desse jeito ela se limitaria e se prenderia, e perderia
o próprio fenômeno nome-estado indissociável: Liberdade.
Não é a inescapável liberdade a que estamos fadados
uma corrente pesada que carregamos na consciência, consciência que não é tão simplificadamente
apenas consciência, é antes uma consciência sentimental.
Não. A liberdade supera a incapacidade humana de ser livre.
Ela escapa à tentativa de direcioná-la prum caminho prévia e conscientemente
engendrado, ainda que se trate dessa tal consciência sentimental a que me refiro.
E o homem, se angustia duplamente, por não conseguir
comportar Em-si a infinitude das possibilidades,
nem organizar suas intenções flutuantes.
Seria então, a suprema e inefável liberdade humana que é capaz
de todas as direções e vontades existentes - criadas - entre o espaço de si Para-si mesmo
um grilhão ou a chave mestra de todo vir a ser?
Resta ao homem não se paralizar pelos medos
nem repudiar a angústia, que é uma certa forma de estar no homem,
não necessariamente negativo, é impulso motivador.
Você diz na Origem do Nada: "...fujo para ignorar, mas não posso
ignorar que fujo."
Que o movimento desencadeado pela angústia do nada
não se reduza a um perambular afoito e arredio, fugitivo.
Porque você mesmo diz que a liberdade não se fundamenta
em valores, desse jeito ela se limitaria e se prenderia, e perderia
o próprio fenômeno nome-estado indissociável: Liberdade.
passarinho
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Vital
on terça-feira, 22 de setembro de 2009
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passarinho azul turquesa
da cabeça amarela como a camisa da seleção
e o papo pretinho pretinho
emitindo um canto bonito feito terça-feira nublada
feito a revoada solitária do passarinho azul turquesa
da mesma cor e do mesmo tom que o céu que não está
na qualquer-feira nublada, na re-pousada
solitária do passarinho da cabeça amarelada,
Amarela amarelada feito o sol que a terça-qualquer e nublada
esconde acima do tudo, que ao mesmo tempo
que é tudo é tudo e é nada.
passarinho azul turquesa voou
e a terça-feira nublada foi o que ficou.
da cabeça amarela como a camisa da seleção
e o papo pretinho pretinho
emitindo um canto bonito feito terça-feira nublada
feito a revoada solitária do passarinho azul turquesa
da mesma cor e do mesmo tom que o céu que não está
na qualquer-feira nublada, na re-pousada
solitária do passarinho da cabeça amarelada,
Amarela amarelada feito o sol que a terça-qualquer e nublada
esconde acima do tudo, que ao mesmo tempo
que é tudo é tudo e é nada.
passarinho azul turquesa voou
e a terça-feira nublada foi o que ficou.
sem fantasia
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on domingo, 20 de setembro de 2009
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Não vivas tão só de fantasias,
sonhar é bom, tão bom
que às vezes nos damos por satisfeitos em só sonhar...
E estes sonhos se tornam tão profundos em nossos corações
tão enraizados
Que já não temos mais coragem de trazê-los à tona de nossas vidas,
revivá-los em intenção.
Guardamos para eles apenas alguns minutos de contemplação diária...
Mantendo-os num estado de coma.
sonhar é bom, tão bom
que às vezes nos damos por satisfeitos em só sonhar...
E estes sonhos se tornam tão profundos em nossos corações
tão enraizados
Que já não temos mais coragem de trazê-los à tona de nossas vidas,
revivá-los em intenção.
Guardamos para eles apenas alguns minutos de contemplação diária...
Mantendo-os num estado de coma.
recado
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on sexta-feira, 18 de setembro de 2009
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Poesia pra quê?... Se a vida pulsa
mesmo sem saber,
sem querer.
Andei andei andei,
de mãos dadas
por vezes
mas o caminho de volta é sempre sempre
solitário
mania de ir-se embora de mim!
Deixa um verso solto
num lugar pelo qual você passou
pra que eu possa colher
um sinal teu é...
sempre bem-vindo.
mesmo sem saber,
sem querer.
Andei andei andei,
de mãos dadas
por vezes
mas o caminho de volta é sempre sempre
solitário
mania de ir-se embora de mim!
Deixa um verso solto
num lugar pelo qual você passou
pra que eu possa colher
um sinal teu é...
sempre bem-vindo.
bicho homem
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Vital
on terça-feira, 15 de setembro de 2009
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" Diz Petrónio que fora o medo que inventara as divindades. Deus é o que é. O homem é o pequeníssimo bicho da Terra, de que fala o Camões. Entre Deus e o homem, só a soberba estúpida do homem podia inventar convenções, concordatas, obrigações e alianças. O sagui é muito menos estúpido e mais modesto. Come, bebe, dá cabriolas, faz caretas ao mau tempo, coça-se ao sol, retouça-se à sombra, vive, e acaba feliz, porque se não receia de vir a ser homem. A estolidez do homem! Diz ele empapado de vaidade tola: 'Deus tem os olhos em mim!' Que importância! Deus tem os olhos nele! Se assim fosse, havia de ver bonitas coisas o criador do homem que mata seu irmão!
Os olhos nele, para quê? Para envergonhar-se a cada hora da sua obra!... É a blasfêmia em todo o seu asco! Rebalsa-te em sangue, miserável vampiro! Emperla os teus cabelos, meretriz, que deixas morrer tua mãe de fome! Mãe infame, come aí em toalhas de Flandres o preço da desonra de tua filha! Ostentai-vos, vermes, aos olhos de Deus, que estão pasmados em vós!..."
trecho do livro Coração, Cabeça e Estômago de Camilo Castelo Branco
Essa é a realidade humana e tudo quanto somos capazes. Nem só de belezas faz-se a vida e o poeta também é vil na sua estreita e torta vida que fica almejando um mundo infinito pela fresta de sentimentos confusos e indecisos, como se só a intesidade fosse plenamente verdadeira e consciente nisso tudo.
Os olhos nele, para quê? Para envergonhar-se a cada hora da sua obra!... É a blasfêmia em todo o seu asco! Rebalsa-te em sangue, miserável vampiro! Emperla os teus cabelos, meretriz, que deixas morrer tua mãe de fome! Mãe infame, come aí em toalhas de Flandres o preço da desonra de tua filha! Ostentai-vos, vermes, aos olhos de Deus, que estão pasmados em vós!..."
trecho do livro Coração, Cabeça e Estômago de Camilo Castelo Branco
Essa é a realidade humana e tudo quanto somos capazes. Nem só de belezas faz-se a vida e o poeta também é vil na sua estreita e torta vida que fica almejando um mundo infinito pela fresta de sentimentos confusos e indecisos, como se só a intesidade fosse plenamente verdadeira e consciente nisso tudo.
um dia eu chego lá
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on segunda-feira, 14 de setembro de 2009
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"Um dia eu chego lá..."
Mas lá onde?
Talvez num outro ponto da vida
em que eu repita essa mesma frase
essa mesma sentença de querer
e nunca chegar.
Um dia eu chego lá
lá na frente num novo lugar
que não passa de ponto de partida
pra um novo lá a se alcançar
e se cansar...
ou
será que a gente nunca cansa de nunca amanhecer
num dia em que simplesmente digamos despreocupadamente:
chegamos!
?
Mas lá onde?
Talvez num outro ponto da vida
em que eu repita essa mesma frase
essa mesma sentença de querer
e nunca chegar.
Um dia eu chego lá
lá na frente num novo lugar
que não passa de ponto de partida
pra um novo lá a se alcançar
e se cansar...
ou
será que a gente nunca cansa de nunca amanhecer
num dia em que simplesmente digamos despreocupadamente:
chegamos!
?
Esquecimento
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Vital
on sábado, 12 de setembro de 2009
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O céu se choveu acho que foi por nós.
Pra lavar-nos a alma
De uma forma tal
Que não conseguem
Nossas breves lágrimas de sal
Pra lavar assim a alma
Do jeito que se precisa
De todo mal que há,
O coração avisa
É no recôndito escuro e abissal
Que espera a doce brisa.
Fecha os olhos menina
Esquece que não há fundo
Nem teto,
Esquece das curvas
E tudo que é reto,
Esquece o mundo e tudo que nele habita
Esquece esquece esquece esquece
esquece
e lembra lá no fundo
como quem lembra esquecimentos de outra vida
a minha voz dizendo:
Amor.
Pra lavar-nos a alma
De uma forma tal
Que não conseguem
Nossas breves lágrimas de sal
Pra lavar assim a alma
Do jeito que se precisa
De todo mal que há,
O coração avisa
É no recôndito escuro e abissal
Que espera a doce brisa.
Fecha os olhos menina
Esquece que não há fundo
Nem teto,
Esquece das curvas
E tudo que é reto,
Esquece o mundo e tudo que nele habita
Esquece esquece esquece esquece
esquece
e lembra lá no fundo
como quem lembra esquecimentos de outra vida
a minha voz dizendo:
Amor.
Sopro e sonho
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on quarta-feira, 9 de setembro de 2009
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Vida vida vida
sonho sopro sonho
apaga apaga e sonha
revira, volta, reviravolta e redemoinho
medonho
vida, sonho, sopro e ninho
busca
perda
ganho
sempre sempre sempre só
sozinho
Ante o além Tempo
intangível invisível ininteligível
sem forma, feito sopro, feito sonho soprado
feito a vida freada, contida, deformada qual pé de gueixa, deformada ou
sem forma, feito sopro, feito sonho Inalcançado... feito alcance, feito feito, cansado.
Descansa
da vida vida vida e dos
seus sonhos, sopros e borrachas,
dos ninhos frios abandonados na estação certa de emigrar
além do Tempo, além do lar lugar.
Descansa
das perdas, das pedras, dos
ganhos
beijos
juras
poesias
e pelo lápis sem ponta que é o passado
passado assado exaurido extinguido abandonado Inalcançável
construído na memória, em memória, in memorem!
Tão quebrado quanto o lápis do futuro...
me empresta o apontador?... que o presente
eu queria desenhar no teu caderno,
embaixo da minha poesia mais enluarada
de sonhos
sopro
vida vida
perda e
ganho
busca, busco e sonho
mesmo enquanto descansando
vida
vida vida
sopro vida sonho
nada apaga nada e nada
tudo é perda e/ou
ganho
Mas antes...
vida vida vida,
sonho
sonho sopro sonho
apaga apaga e sonha
revira, volta, reviravolta e redemoinho
medonho
vida, sonho, sopro e ninho
busca
perda
ganho
sempre sempre sempre só
sozinho
Ante o além Tempo
intangível invisível ininteligível
sem forma, feito sopro, feito sonho soprado
feito a vida freada, contida, deformada qual pé de gueixa, deformada ou
sem forma, feito sopro, feito sonho Inalcançado... feito alcance, feito feito, cansado.
Descansa
da vida vida vida e dos
seus sonhos, sopros e borrachas,
dos ninhos frios abandonados na estação certa de emigrar
além do Tempo, além do lar lugar.
Descansa
das perdas, das pedras, dos
ganhos
beijos
juras
poesias
e pelo lápis sem ponta que é o passado
passado assado exaurido extinguido abandonado Inalcançável
construído na memória, em memória, in memorem!
Tão quebrado quanto o lápis do futuro...
me empresta o apontador?... que o presente
eu queria desenhar no teu caderno,
embaixo da minha poesia mais enluarada
de sonhos
sopro
vida vida
perda e
ganho
busca, busco e sonho
mesmo enquanto descansando
vida
vida vida
sopro vida sonho
nada apaga nada e nada
tudo é perda e/ou
ganho
Mas antes...
vida vida vida,
sonho
No caminho de casa
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Vital
on domingo, 6 de setembro de 2009
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De relance eu vi o beco vazio
Onde pombos matam a sede nas poças de água suja.
Ouvi
as vozes que se confundem nos bares
Onde homens afogam a sede
Entre tragos de cerveja, cigarro e cachaça.
E os mendigos entorpecidos, desmaiados,
Nas esquinas imundas da cidade. Dormem,
como se o concreto os velasse.
Caminho sem pressa, nem calma. Adiante apenas.
Passo firme inabalável entre automóveis, edifícios e
sons.
Entre pessoas e
Coisas.
A calçada da avenida é como
Um mosaico pisoteado por gigantes.
Deformado pelo tempo; esse gigante sem tamanho.
A vida que é a calçada, deformada,
mosaico borrado,
Desfocado.
Pisoteado pelo tempo, esse déspota indomável.
E nossa carne fatigada, esquecida dos sonhos que
A enxurrada carregou pra dentro dos bueiros escuros.
A calçada sempre termina,
E apesar do seu fim, apesar dos temporais e dos gigantes que lhe pesam,
Ela fica sempre lá... mais suja ou irregular, não importa!
Ela é sempre um trecho do caminho de casa.
A calçada que é a vida.
Emoldurada de barulhos e silêncios, pássaros e morcegos,
Cimento e/ou árvore. É só um trecho, só uma parte,
exposta a ação de todas as coisas.
Onde pombos matam a sede nas poças de água suja.
Ouvi
as vozes que se confundem nos bares
Onde homens afogam a sede
Entre tragos de cerveja, cigarro e cachaça.
E os mendigos entorpecidos, desmaiados,
Nas esquinas imundas da cidade. Dormem,
como se o concreto os velasse.
Caminho sem pressa, nem calma. Adiante apenas.
Passo firme inabalável entre automóveis, edifícios e
sons.
Entre pessoas e
Coisas.
A calçada da avenida é como
Um mosaico pisoteado por gigantes.
Deformado pelo tempo; esse gigante sem tamanho.
A vida que é a calçada, deformada,
mosaico borrado,
Desfocado.
Pisoteado pelo tempo, esse déspota indomável.
E nossa carne fatigada, esquecida dos sonhos que
A enxurrada carregou pra dentro dos bueiros escuros.
A calçada sempre termina,
E apesar do seu fim, apesar dos temporais e dos gigantes que lhe pesam,
Ela fica sempre lá... mais suja ou irregular, não importa!
Ela é sempre um trecho do caminho de casa.
A calçada que é a vida.
Emoldurada de barulhos e silêncios, pássaros e morcegos,
Cimento e/ou árvore. É só um trecho, só uma parte,
exposta a ação de todas as coisas.
sobre o nada
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on sexta-feira, 4 de setembro de 2009
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Hoje eu quis
escrever sobre o nada
n
a
d
a
sobre o
nada
nada.
Mas o mundo inteiro parece
querer entrar
no meu ouvido.
O mundo inteiro parece
querer se fazer
sentido,
sem fazer sentido algum.
Como é difícil
tentar o nada.
Desperto ou
dormindo.
Talvez pelo fato
de o nada parecer habitar uma parcela
de tudo que é tudo
mas que nunca deixa de ter em si um bocado de nada.
escrever sobre o nada
n
a
d
a
sobre o
nada
nada.
Mas o mundo inteiro parece
querer entrar
no meu ouvido.
O mundo inteiro parece
querer se fazer
sentido,
sem fazer sentido algum.
Como é difícil
tentar o nada.
Desperto ou
dormindo.
Talvez pelo fato
de o nada parecer habitar uma parcela
de tudo que é tudo
mas que nunca deixa de ter em si um bocado de nada.
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Vital
on quarta-feira, 2 de setembro de 2009
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Eu sou um forno de idéias, espiritualizado,
recheado de memórias e descobertas sentimentais.
recheado de memórias e descobertas sentimentais.
Olhos de ressaca
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Vital
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Olhos
são mistérios das almas
que nem sempre se traduzem em
ou condizem com
as palavras.
Olhos
eu olhei,
em olhos eu olhei
em olhos
eu
me olhei. Me perdi
e
me achei.
Olhos sempre dizem
sem precisarem antes,
atravessar
a ponte das palavras.
Tenho saudades
de pares de olhos
que me olharam inteiro
fundo
e querem mais me olhar,
como se eu tivesse mais em mim
para verem
e
pra lhes saciar.
Olhos eu olhei
sempre nos olhos
tentando entrar e ler
sem receios sem ressalvas
é meu jeito de viver.
Com olhos eu olhei
ao passo que outros pares de olhos
também olhavam sem saber
a mesma lua acima
da curva do mar que em ondas
busca ser céu
e o céu num tom mais claro escurecendo e aos poucos
vertendo-se em mar.
Olhos raros, únicos eu beijei,
dentro, neles, me olhei,
mas olhos de ressaca eu nunca tinha visto,
só agora entendo
o olhar da Capitú
que o Machado de Assis tão bem traçou.
são mistérios das almas
que nem sempre se traduzem em
ou condizem com
as palavras.
Olhos
eu olhei,
em olhos eu olhei
em olhos
eu
me olhei. Me perdi
e
me achei.
Olhos sempre dizem
sem precisarem antes,
atravessar
a ponte das palavras.
Tenho saudades
de pares de olhos
que me olharam inteiro
fundo
e querem mais me olhar,
como se eu tivesse mais em mim
para verem
e
pra lhes saciar.
Olhos eu olhei
sempre nos olhos
tentando entrar e ler
sem receios sem ressalvas
é meu jeito de viver.
Com olhos eu olhei
ao passo que outros pares de olhos
também olhavam sem saber
a mesma lua acima
da curva do mar que em ondas
busca ser céu
e o céu num tom mais claro escurecendo e aos poucos
vertendo-se em mar.
Olhos raros, únicos eu beijei,
dentro, neles, me olhei,
mas olhos de ressaca eu nunca tinha visto,
só agora entendo
o olhar da Capitú
que o Machado de Assis tão bem traçou.
Até logo menos
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Vital
on terça-feira, 1 de setembro de 2009
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Não
não fale,
shh...
Não me digas
não me digas nada
tudo isso, todo o todo quanto
queres dizer.
Nominar
é coisificar os sentimentos
encerrá-los em grafia, em conceitos,
e eles não são estátuas
como as palavras que escrevo, como as palavras
que tu escreves.
Melhor
mesmo,
é deixá-los tomar a forma
que eles bem quiserem
livres
tal e qual o barro que nunca
se termina de modelar-se,
o poema que não tem fim.
O que eu sinto
não tem nome nenhum
pra eu poder a cada instante
chamar do que for mais sincero
do que eu quiser
e eu sou sincero.
não fale,
shh...
Não me digas
não me digas nada
tudo isso, todo o todo quanto
queres dizer.
Nominar
é coisificar os sentimentos
encerrá-los em grafia, em conceitos,
e eles não são estátuas
como as palavras que escrevo, como as palavras
que tu escreves.
Melhor
mesmo,
é deixá-los tomar a forma
que eles bem quiserem
livres
tal e qual o barro que nunca
se termina de modelar-se,
o poema que não tem fim.
O que eu sinto
não tem nome nenhum
pra eu poder a cada instante
chamar do que for mais sincero
do que eu quiser
e eu sou sincero.