Olhos
são mistérios das almas
que nem sempre se traduzem em
ou condizem com
as palavras.
Olhos
eu olhei,
em olhos eu olhei
em olhos
eu
me olhei. Me perdi
e
me achei.
Olhos sempre dizem
sem precisarem antes,
atravessar
a ponte das palavras.
Tenho saudades
de pares de olhos
que me olharam inteiro
fundo
e querem mais me olhar,
como se eu tivesse mais em mim
para verem
e
pra lhes saciar.
Olhos eu olhei
sempre nos olhos
tentando entrar e ler
sem receios sem ressalvas
é meu jeito de viver.
Com olhos eu olhei
ao passo que outros pares de olhos
também olhavam sem saber
a mesma lua acima
da curva do mar que em ondas
busca ser céu
e o céu num tom mais claro escurecendo e aos poucos
vertendo-se em mar.
Olhos raros, únicos eu beijei,
dentro, neles, me olhei,
mas olhos de ressaca eu nunca tinha visto,
só agora entendo
o olhar da Capitú
que o Machado de Assis tão bem traçou.
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