O próprio homem aprisiona o homem.
Não é a inescapável liberdade a que estamos fadados
uma corrente pesada que carregamos na consciência, consciência que não é tão simplificadamente
apenas consciência, é antes uma consciência sentimental.
Não. A liberdade supera a incapacidade humana de ser livre.
Ela escapa à tentativa de direcioná-la prum caminho prévia e conscientemente
engendrado, ainda que se trate dessa tal consciência sentimental a que me refiro.
E o homem, se angustia duplamente, por não conseguir
comportar Em-si a infinitude das possibilidades,
nem organizar suas intenções flutuantes.
Seria então, a suprema e inefável liberdade humana que é capaz
de todas as direções e vontades existentes - criadas - entre o espaço de si Para-si mesmo
um grilhão ou a chave mestra de todo vir a ser?
Resta ao homem não se paralizar pelos medos
nem repudiar a angústia, que é uma certa forma de estar no homem,
não necessariamente negativo, é impulso motivador.
Você diz na Origem do Nada: "...fujo para ignorar, mas não posso
ignorar que fujo."
Que o movimento desencadeado pela angústia do nada
não se reduza a um perambular afoito e arredio, fugitivo.
Porque você mesmo diz que a liberdade não se fundamenta
em valores, desse jeito ela se limitaria e se prenderia, e perderia
o próprio fenômeno nome-estado indissociável: Liberdade.
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